quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Na conta-mão do mundo

Não sei porquê eu sou dessas pessoas 

que anda na contra-mão do mundo. 


Saio com a roupa no avesso, durmo no sofá, 


não gosto de carnaval. Não gosto de estar na moda. 


Odeio a palavra chic.


A elegância está no chinelo e nas palavras do poema. 


Poemas são elegantes por excelência.


Toda vez que o mundo se comove, eu fico desconfiada, 


espiando as entrelinhas, os buracos das fechaduras.


Olhares e sorrisos me fascinam.


Me sensibilizo mais com pequenos gestos 


do que com as multidões.


Não gosto de andar a pé, porque eu acho demorado.


Me aconchego no pensamento e reflito:


quanto poder está nesse jogo?
.





Aeroporto Barajas - Madrid

Nenhum comentário: