quarta-feira, 9 de julho de 2008

O outro

Como fazer para lidar com interpretações de identidades definidas por conceitos da visão subjetiva sendo que, em algum momento, paira sobre nós uma questão não tão compreensível: a relação com o outro.
A questão é: qual é o papel do outro em nossa vida?
O outro é o desconhecido, o enigmático. Um complemento, nosso lado oposto .... o lado de fora; uma visão por outros olhos.
Tudo com relação ao outro é diferente em relação a nossa própria visão de mundo.
A individuação se contrapõe às necessidades do coletivo.
A pós-modernidade colocou o individuo à reserva de tudo o que não diz respeito aos seus conceitos interpretativos. O outro entra em afrontamento ao querer individual.
Como a visão de mundo, os conceitos adquiridos, a verdade, o conhecimento, a essência, tudo o que existe em nós é alheio ao outro...tudo o que não somos é o outro, e nos cabe a inobservância da exteriorização desse novo conceito. O que eu não vejo eu ignoro. O que não está em mim não existe. O individual num estado de ser absoluto. O meu entendimento, o meu dicernimento acerca do que me basta. O outro serve de adorno. Faz parte da paisagem.
O outro é o lado de fora, outra realidade, o que eu não consigo ver em mim, e que diretamente me foge ao entendimento, um interagir quase indecifrável.
Meu discurso me atende e às necessidades do que eu sou, e o outro não me cabe em lugar nenhum.
Isto é o que o mundo nos impõe. Isto é o que o agora nos impõe.

domingo, 15 de junho de 2008

Num segundo sem Cássia Eller

Foi como um estrondo caído do céu.
O sol estava tímido apesar de o calor intenso.
A sala clara. Dia de não fazer nada, mais um ano jazia à nossa porta. Quando, de repente, tudo o que ninguém precisava ouvir naquela hora.

Cássia Eller está morta!

Vítima não sei de quê, numa clinicazinha fajuta do bairro das Laranjeiras, na zona sul do Rio, onde morava.

Não dava pra acreditar porque tínhamos estado com ela em seu último show dias antes.

No palco, num cenário de rosas, uma única flor reluzia linda como eu jamais havia visto nada igual.
Estava ali representada uma mulher singela e tímida, que me mostrava uma pureza da alma de um anjo.
O seu olhar, naquele dia, da profundeza deixava escapar um sorriso raro entre os lábios e com uma enorme delicadeza desnudava um ser feminino com uma sensualidade que se deixava aparecer em cada movimento, num sorrir....num olhar... como jamais era visto em seu erudito gesticular masculino.

Dos bastidores, eu apreciava aquela voz rouca, um instante mágico que eu jamais imaginei estar sendo o último.
A Cássia, como ninguém, emitia uma magia, uma transgressão intrigante, uma clássica coragem de ser aquilo que pensa...parecia não ser deste mundo real.....

Mas no fim do show, pedindo licença à minha timidez e à dela, abri meu coração e mandei de uma única voz:

_ Que mulher era aquela, no palco, hoje...? Linda, singela! que sorriso era aquele?

E no melhor estilo "moleque de rua", recebi um tímido abraço, com um tímido sorriso, numa estritamente tímida despedida!

É difícil acreditar até hoje no que me ficou gravado daquele momento.
Das palavras que a gente sempre deixa de dizer, do sentimento que deixamos de demonstrar. Do deixar pra falar depois....deixar pra depois......que depois?

Se não tivesse falado com a Cássia naquela hora, estaria com as palavras intaladas na garganta, com uma tristeza ainda maior no meu peito...não me perdoando por não ter dito, por ter me privado daquele carinhoso abraço....

A morte da Cássia é uma revolta. Um vazio. Uma voz calada deixada de herança.

Por quê Cássia morreu...???...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sobre o bem-querer

O bem-querer é o sentimento mais profundo e sua natureza é de ser quase tímido.
É o mais fiel dos sentimentos.
Estreito em sua forma, objeto de um sujeito e único, um bem jamais tocado por outrem, subjetivo, íntimo e próprio.
Ninguém pode jamais roubar um sentimento como este. Você pode roubar o amor, a razão, o coração...mas um bem-querer, jamais.
O bem-querer é um gostar verdadeiro, público... privado, às vezes tão inconfessável que secreto. Inviolável.
O que eu sei sobre o bem-querer é um gostar de verdade de alguém. Gostar por gostar, sem querer nada em troca. Sem querer sem querer... só um gostar... que fica guardado por dentro, intocado. Mas que de repente a gente lembra e fica feliz só por lembrar.
É o que há de mais singelo e puro que existe, pois não depende de nada...nadinha.
O querer-bem nasce de um olhar, uma palavra de carinho... um pequeno gesto e uma impressão que fica. E fica pra sempre.
Eu guardo quereres. As pessoas passam mas deixam resíduos de boas lembranças. E uma emoção imensa em cada uma delas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Cordilheira

Bocejar
Dia claro, vida a verdejar
Luz por entre os cachos amarelos do ipê
Deu pra ver
Você me tocou sem perceber
Você nem me olha
E eu não posso te esquecer
Creio em ti
Se for ilusão, que Deus me guie
O que não fazer pra se merecer tal mulher
Cerração
Noite na janela meu querer
Porque te venero, sempre espero por você

Por sobre a cordilheira, o arco-íris
Meu corpo treme ao pensar no seu, frenesi
Te quero,
Mesmo pra te dar sem ter retorno
Te quero assaz
Te quero assim
Te quero pra mim
Escada pro pecado, caso de amor
Teus lábios tão sonhados
Vão me ter sempre aqui
À espera de um olhar que faz
Dia romper
O céu cair
Noite fechar
E faz o meu ar desaparecer.

O luar que eu vi no lago azul
Daria pra você
O luar que eu vi no lago azul
Num instante se escondeu


Djavan


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eu conheço o verdadeiro amor

O amor é um sentimento que te rouba a alma.

Que empresta de você todos os seus desejos e todos os seus sonhos para devolvê-los depois pela metade.

Transforma você em compartilhamento, em doação. O amor não soma. Ele divide. Ele te rouba. Te ausenta de você.

O amor é uma bifurcação. Ele desvia. Ele engana. Ele te encanta.

Ele prepara armadilhas. Transgride. Transforma. Ele derruba. Ele levanta.

Para o amor não há fronteiras, linhas, divisórias, muros. Ele salta. Empurra. Domina.

Ninguém pode escapar do amor quando ele chega. Mas ele pode matar você. Ou te fazer se sentir feliz.

O amor é uma espécie de sonho. Ou uma espécie de pesadelo.

Ele é doce e adoece. Ele brinca com você. Ele te faz chorar.

Mas ele traz grandes alegrias e alguma serenidade.

O amor é eterno. Inquieto. Ele não te deixa fugir. Nem esquecer.

O que há em nós quando encontramos o verdadeiro amor?

Um privilégio.

O verdadeiro amor é um privilégio.

Ele te esmaga. Te amordaça. Faz você doer. De alegria. Tristeza. Dúvida. Incerteza.

O amor é uma eternidade que faz a alma doer, para poucos saberem o que é a existência.

O verdadeiro amor é para poucos.............

Sobre o amor

O amor é uma eternidade que faz a alma doer para poucos descobrirem o que é a existência.

Um eterno amor e um piano

Minha amargura vem da amargura dos poetas
minha felicidade das minhas crianças
de meus amores um só amor que me mata
como eu te amo
amor de minha vida

da crueza das palavras mal ditas
um silêncio profundo se entrelaça
numa garganta que só quer te bendizer
porque a ti eu amo tanto
e a ti pra sempre amarei

como eu te amo
amor da minha vida

Sei do teu amor por mim
e sei que é único
e sei que só a morte vai explicar
sua grandeza infinita

para morrer basta parar de respirar
meu ar em ti não vai faltar
e o pulsar sem fim
de tudo que há em mim
há de vingar a minha ausência

e de tudo só meu amor por ti
há de sobrar
a explanar um céu de eterno amor
que de outras vidas este amor vindou
e a outras terras deslizará

não entendo um amor tão grande assim
minha vida se modificou por ti
tua presença em mim frutificou
e o nosso amor jamais vai acabar

minha garganta pede por te bendizer
de um amor por ti que tive
e tenho e terei para sempre
apesar do meu calar profundo
porque a ti eu amo tanto
e a ti sempre amarei

como eu te amo
amor da minha vida
que nem a minha morte há de levar

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vingança de mim

Vingo-me ao entrar no seu eu profundo

e enraizar minha audácia no seu íntimo

Minha vitória há de haver em sua perda

Do meu eu profundo digo que sei

não foi fácil me apartar das provas

daquele seu devaneio

Mas venci por me virar


Da vingança tive que beber todo o veneno

e experimentar toda a sua glória de prazer

e enfrentar todo o frio do enfrentamento

e todo o faz-de-conta tive que vencer

mas meu acreditar em mim venceu

E eu cresci...

Sobre a vingança

Vingo-me ao me dirigir ao seu eu profundo
e enraizar-me vitoriosa no seu íntimo.
A presença da minha audácia há de haver em sua perda.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Baile do Zé

Num estreitamento de relações, eu e o Bourbon Street, uma das mais charmosas casas de Blues de São Paulo, estamos vivenciando um caso de amor.
Apesar de me achar um tanto quanto suspeita pra falar, saí de lá na noite de ontem, desfeita e refeita.
No palco, um amigo com seu amigo: o carioca Zé Ricardo e o americano Victor Brooks abrilhantaram um maravilhoso baile de soul and blues and samba and xote, com repertório que passeou, entre Luiz Gonzaga e Jackson Five e toda uma gama de sucessos dançantes que fizeram da noite uma gostosa balada romântica dos anos 70.
Sobre Victor, o comentário se dispensa, ele está entre os mais brilhantes da "soul music" internacional!
Sua voz cadenciada com balanço e repertório faz com que o show evolua em perfeita harmonia. O casamento com Zé Ricardo é perfeito. Amigos há muitos anos, compartilhando arranjos, cantando ora em português , ora em inglês, os dois dão um baile no baile, com um show despretencioso onde se colocam na posição de intérpretes daquilo que gostam.
De presente, os dois descem do palco, cantam e dançam no meio do público, o que faz da festa, literalmente "de bem com a vida, de rosto colado, abraçando apertado, que delícia viver!"
Com intimidade, os músicos da banda mantém a dinâmica do show com precisão, o que garante o seu pulsar do começo ao fim.
Não bastando, contamos com a participação de Lica Cecato, que também está de bem com a vida, e finaliza dois Cds de uma só vez, cheios de feras e surpresas e que deverão ser lançados no segundo semestre.

Sobre o Zé eu nem preciso dizer nada. Ele bem sabe o quanto querido ele é e o quanto todos nós aqui de casa curtímos e respeitamos o seu trabalho. Passa para o âmbito da vida pessoal, passa para as coisas do coração!

Beijo pra Reka e Tom!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fortaleza

Fortaleza
Armada por dentro
para defesa do ser
para que se possa estar armado
para poder atacar o forte
derrubar as barreiras
acabar com preconceitos baratos
e terminar por deixar um ideal de liberdade
que deverá fazer de amanhã
a paz

ser livre para poder viver
respirar o ar, a fumaça, o pó
de onde chegamos e para onde caminhamos
só o caminho é certo
só o fim é certo

e as ondas pelas quais navegamos
é que fazem chegar ao fundo
e o fundo é utópico
e nunca chega...


escrito às 8:45h da manhã de 25 de agosto de 1979

Esboço ( Por um sentimento eterno)

Tuas mãos são como penas
que dançam ao vento sobre o teclado
e o som sai da pronfundeza da alma
para a profundeza do ser
saber

Viver como gente
ser gente
sentir a melodia como canto de pássaro
coisa natural

Teu corpo é todo feito de tons e sobretons
sua alma é negra
linda

e eu a te contemplar
até o amanhecer.


escrito na madrugada do primeiro encontro com a música
em julho de 1979

Houve um tempo

Houve um tempo
tempo de minha vida
tempo de pensar nas coisas que haviam
naquele tempo

Era um tempo híbrido
tempo de poucas palavras...
notícias de ninguém

Houve um tempo
Um tempo de minha vida
de sobreviver ao sonho
numa visão do agora

Houve um tempo
tempo de encantamento
de sair dali
de ganhar o mundo

Ir levando junto
o sublinhar do vento
e o passar da hora

Houve um tempo
tempo do saber
de pensar no viver
em razão do querer

Houve um tempo
tempo de música
tempo de poesia
nem o imaginar sabia
de onde vinha a alquimia

Houve um tempo
tempo de você
tempo de mim
um só lugar entre nós

Houve um tempo
tempo de ventania
que levantava o quanto o tempo podia
de um passar por sobre mim

Houve um tempo
tempo de um só
tempo de dois
de um só olhar
pra um só depois

Ê dois!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Trabalhe em torno de seu abismo

Há, no seu eu, um buraco profundo, como um precipício.
Você jamais conseguirá preencher esse abismo, porque suas demandas são inesgotáveis.
Você terá que trabalhar em torno dele de modo que, aos poucos, ele se feche.
Uma vez que o buraco é tão grande e sua angústia tão profunda, estará sempre tentado a fugir dele.
Há dois extremos que devem ser evitados:
Estar totalmente absorvido pela sua dor e, permitir que muitas outras coisas o distraiam e o afastem da ferida que quer cicatrizar.

Henri J.M. Nouwen

Sobre o abismo

O quê eu poderia falar sobre o abismo?

Que é um buraco sem fim imensamente assustador?
Um cair infinitamente sem chão?
Aquele deslize momentâneo impossível de se livrar?
Um passo em falso para lugar nenhum?
Um lugar neutro onde colocamos as pessoas que amamos quando queremos fazer algo sem que elas vejam?
Outro lugar neutro de onde jamais conseguimos tirá-las?
O mesmo lugar para onde pulamos depois, sem sequer olhar?
Aquele mesmo de onde jamais conseguimos sair?
O que é o abismo afinal?

ABISMO:

1- Cavidade geralmente vertical com abertura na superfície da terra e fundo desconhecido.
2- Mistério, escuridão, ruína.
3- Situação difícil, distância extrema, último grau, extremo.

Em tudo que é Belo

Eu ainda acredito
Num futuro mais bonito,
Que o novo é bem-vindo
E o amor é infinito.

Eu ainda acredito
Que nem tudo está perdido,
Que o sorriso é sagrado
E aqui é o paraíso
E que tudo estava errado
Sobre o dia do juízo.

Eu ainda acredito
No carinho invés do grito,
Na doçura dos meninos
Que no fundo todos somos.

Eu ainda acredito
Nos heróis adormecidos,
Nessa força que revolta
E nos faz ficar erguidos
Cada vez que nos sentimos
Derrotados e punidos.

Eu ainda acredito
Que depois da tempestade
Vem sempre a calmaria
E consigo a liberdade.

Eu ainda acredito
Em objetos luminosos,
Que há vida no universo,
Outras luas, outros povos,
Eu ainda acredito.

Eu ainda acredito
Nas florestas e nos índios,
Na bravura das leoas,
Na alegria dos golfinhos.
Eu ainda acredito
No galope do unicórnio,
Acredito em gnomos
E no vôo dos tucanos
E no canto das baleias
Alegrando os oceanos.

Eu ainda acredito
Na justiça lá de cima,
Na verdade e na vida
Como o som de uma rima.
E em tudo que é belo
E em tudo que é nobre
Como as cores do arco-íris
Quando a chuva se descobre
E agradece iluminada
Pelo sol de ouro e cobre.

Sei, talvez eu seja visto
Como ingênuo ou demagogo,
Inocente ou pervertido.
Um hipócrita, um louco.
No entanto eu insisto
Nesta chama que consome,
Eu ainda acredito
Porque sofro com a fome,
Porque ainda sou um homem.


Jorge Vercilo

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sobre tudo o que é Belo

Aqui está umas das mais belas canções da música brasileira de todos os tempos.
Palavras concebidas com a mais alta pureza de expressão, num momento febril do autor, em que sua alma escorreu pelos poros sob forma de palavras, harmonia e amor.
Gravada num momento sublime, no estúdio Companhia dos Técnicos em Copacabana, em voz e piano acústico apenas, um momento realmente inesquecível onde produtor e engenheiro de som choraram. Minha glória foi poder estar e chorar também!
Jamais vou me esquecer daquele dia. È um momento sagrado na minha memória!
Isto é um hino...
Isto é o Jorge. Tradutor de amor em poesia e de versos em verdade.
Veja o link.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Lica Cecato

Apesar de ter acabado de chegar em casa, de ter tirado a roupa e os sapatos, colocado um pijaminha bem coloquial e tentado me largar na cama sem pensar que existe amanhã, não resisti a debulhar esse montão de palavras doces que me encheram os ouvidos, hoje, no Bourbon Street - Show de Lica Cecato.

Estou me sentindo flutuar até agora. Pairando, as palavras não me deixaram não escrever. Depois de muito tempo, pela primeira vez consegui ver a mais singela das flores, com um sorriso cativando todos os olhares e um cantar envolvendo toda a respiração de todo aquele lugar. Palco pisado por Ray Charles diz ela soltando a bela voz em homenagem ao ídolo e a todos nós.

Há tempos eu não via alguém tão nítida. Uma pessoa no palco, cantando...um trabalho autoral desprovido de intenção de fazer sucesso, mas com muita intenção de mostrar aquilo que gosta, de compartilhar aquilo que é belo. Uma pessoa de verdade e de verdades...de bom gosto...sem estereótipo, sem personagem. Uma pessoa mulher. Uma cantora de verdade, cantando aquilo que acredita. A verdade que é. Uma obra de arte...um presente. Foi assim que sai esta noite do Bourbon Street, com meus ouvidos cheios de presentes. Agradecida por ter conhecido Lica!

terça-feira, 18 de março de 2008

O homem e a(s) mentira(s)

Decorreu no final do ano de 2006, na cidade do Porto, em Portugal, "o colóquio subordinado ao tema 'O Homem e a(s) Mentira(s)' organizado pela Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

Várias e interessantes foram as reflexões apresentadas pelos palestrantes. Salientaria fundamentalmente, sem qualquer demérito para as restantes, a posição do Dr. Jaime Milheiro, que foi o presidente honorário do colóquio, e que fez um alerta para os sinuosos perigos do casamento da mentira com a destruição:

'(…) Há quem prefira chamar-lhe inverdade, versatilidade de opinião, informação insuficiente, imprecisão de pensamento ou outras delicadezas parecidas', enfatizando que, '(…) a verdade, porém, é que nunca se mentiu tanto como agora, (…) seja para prejudicar outrem, enaltecer o ego ou omitir uma verdade inconveniente ou dolorosa, a mentira é aprendida na infância e faz parte do processo de crescimento. Pode até ser ” remédio para inúmeras complicações, dores e sofrimentos', mas mais grave ainda, “está de tal forma vulgarizada que se chegou ao paradoxo que quem fala a verdade, nada consegue, enquanto o engano parece funcionar em todos os lugares - por vezes, sob o eufemismo de diplomacia - desde que servido numa baixela atractiva'!

Todavia o Dr. Jaime Milheiro foi mais longe e afirmou:
'(…) a par do crescimento da mentira, assiste-se ao aumento da destruição, enquanto se fala cada vez mais de ética. Mentira e destruição têm o -estatuto de conjugalidade- e, juntas, tomaram conta da sociedade'.

A corroborar esta veemente comunicação, acresce a do Prof. Rui Coelho, professor da Faculdade de Medicina do Porto, que referiu:
'a mentira nunca é legítima e não faz sentido falar de -mentira saudável- porque mentir prejudica a saúde mental de quem a pratica e está sempre associada à “desvalorização da capacidade de pensar do outro'.

No âmbito da personalidade dever-se-á ter presente que: 'a mentira serve também para iludir um défice de narcisismo, ou seja, para esconder uma fragilidade do Eu, quando é sádica, a falsidade destrói relações e pode transformar-se em patologia.'

Sem mentiras, um colóquio deveras interessante. Menos verosímil ainda pensar-se sobre o exposto, quiçá pensar-se porque mentimos… um excelente exercício de introspecção."

- por ammedeiros em Novembro 20, 2006.

Tudo e nada sem coerência

Aqui ó!

Eu disse que ia contar uma história sem paradoxos então, vou falar sobre paradoxo. Paradoxo é uma palavra que, sem olhar no dicionário, quer dizer – contradição, contra-senso.

Mas se você, paradoxalmente, conseguir mexer a sua inércia a procura de um verbete, poderá encontrar uma resposta tal como:

"Paradoxo é uma figura de pensamento que consiste na exposição contraditória de idéas, o oposto do que alguém pensa ser a verdade, situação que contradiz a intuição comum".

Credo!...ninguém pode fugir deste tal "paradoxo", ele te persegue, te atropela.

Mas foi querendo saber mais sobre paradoxo que cheguei à um blog chamado "Sonhos e Paradoxos" e pelo qual fiquei apaixonada. Um conteúdo seríssimo, talhado com muita precisão, muita densidade, um verdadeiro poema.

Eu, como estou aqui, engatinhando, fiz desse conteúdo a minha escola. Uma escola séria, de quem não tem tempo pra jogar fora.

Espero poder aprender muito, porque não é fácil se expor expondo suas idéias, seus achares, seus "quereres"...como afirmou Caetano em sua figuração poética.

Meu conteúdo aqui é de crônica...crônicas ficcionais...onde sempre estarei com a cabeça num universo que se espande a cada movimento do tempo, com o compromisso de jamais mencionar as intempéries de uma realidade lógica...

Me colocando sempre entre as frestas do que se pode dizer sobre o sim e o não, o lógico e o ilógico, do real e do irreal, do bem e do mal, do que achamos certo ou errado...

Não querendo jamais colocar aqui minhas verdades, porque acho que nem as tenho...nem minhas mentiras, porque não as conheço.

Se puder, venha comigo, tente acompanhar meu raciocínio...porque minha razão está no coração. E o que eu sinto, eu apenas sinto. Sem consequências, sem maldades, sem mal-quereres....

Eu apenas quero poder me expressar, sem rancores!!!!!


escrito em março de 2008

terça-feira, 11 de março de 2008

Para Jorge e Gabi

Eu tô aqui, já é madrugada
um som vai tocando no rádio
e uma voz vem entrando
como se fosse atingindo
lentamente minha lembrança

E uma dor vai me pegando fundo
meu coração descompassando
vem trazendo lentamente uma saudade
de um tempo que ele mesmo
guardou para sempre

Saudade de gente que a gente ama
saudade de gente que não dá pra esquecer
sentindo a falta que essa gente faz
de quem sempre esteve tão dentro
e que agora tá tão longe

Eu tô aqui, aqui faz frio
e eu me lembrando de vocês
que estão no fundo de mim
mas que a pressa nunca me deixa ver
porque nossa vida tem sempre pressa
pressa eu nem sei de quê

Quero que saibam
que nunca se esqueçam
que tem aqui alguém que se emociona
com cada nova música,
cada notícia, cada novidade

e que apesar de tão distante
tá sempre pensando
na sorte que tem de poder
compartilhar essa emoção

eu amo vocês muito
saudade sem fim!


escrito numa madrugada fria em julho de 2006

Bares na noite

Bares na noite,
um luar se perdeu do olhar,
ao encontrar dois eus,
e nenhum você.

Se espantou no anoitecer
em que você me achou
e eu ao conhecer alguém que me encantou:
você!

Bares na noite
Ao encontro o brindar
se estendeu à vida
e por dois se fez
ao encontrar o amanhecer
daquela noite no bar.

Naquele bar, naquela noite,
uma vida havia à espera
de um amor que ali
aconteceria...

E num único momento
nos dois, um só coração batia
uma batida única de uma mesma melodia.


escrito numa nostálgica noite em 2007

Confusões (sem ti) mentais

Nesses dias, que estão passando....
nem eu ! nunca me senti tão confusa;
minhas histórias tão confusas e tão cheias de conflitos, vêm e vão........
Minha mente se confunde ainda mais, sem ti...........

Fico-me a perguntar 'porquê'............quero respostas;
minha alma sabe bem o que é o bom e o que é ruim...
mas meu coração esquece.........meu coração nem sabe mais;

sei que te quero sempre perto
sei que quero o seu pensar em mim
quero o calor da tua mão num toque
e o teu tocar também em notas musicais

porque tem que ser tudo tão difícil?
porque essa distância tem que ser assim tão fria?
porque esse momento silencia tanto?
o quê aconteceu com aquele nosso encontro?

me custa acreditar que está tudo perdido
dentro de mim há sempre um grande encantamento
a esperar você chegar da despedida
pra devolver os beijos de tua partida

o que eu vou fazer com esse amor que sinto
se os meus abraços estão aqui te esperando
eu me sufoco com seu nome na garganta
ao mesmo tempo que essa mágoa me devora

faz alguma coisa pra livrar a minha alma
eu te amo tanto que não sei como fazer
eu sei que pode ser feliz longe de mim
se for mentira volta aqui pra me dizer

preciso de você aqui e agora
me mostre aquele amor de antigamente
cadê aquele menino que me amava tanto
onde ele está?...


escrito nas noites confusas de 2006

domingo, 9 de março de 2008

O silêncio é composto de muitos silêncios

Nos silêncios do silêncio muito se poderá ouvir. Silêncios de cumplicidade e entendimento. Silêncios de ternura. Silêncios de compaixão. Silêncios de amor. Silêncios de compreensão. Silêncios de prazer. Silêncios de alegria. Silêncios de confiança. Silêncios de interesse. Silêncios de saber. Silêncios de emoção…

Mas o silêncio tem outross silêncios. Silêncios que constroiem muros cujo silêncio é lúgubre e sepulcral. Silêncios de descriminação. Silêncios de adeus. Silêncios de morte. Silêncios de crueldade. Silêncios de desconfiança. Silêncios de desamor. Silêncios de sofrimento. Silêncios de desumanidade. Silêncios de solidão. Silêncios de angústia. Silêncios de vazio e distanciamento…

O Silêncio é paradoxal. Na sua infinita ambiguidade residem silêncios mais ou menos cómodos e oportunistas. Silêncios de mentira e omissão. Silêncios repletos de covardia. Silêncios de manipulação.

Em cada silêncio das nossas vidas deveremos perguntar: O que queremos que reste depois de cada silêncio? De que silêncios queremos preencher o nosso silêncio?

Silêncios que são pontes ou silêncios que são muros…

AMMedeiros

Ainda sobre o silêncio

O silêncio é a ausencia de respostas
é o som que perpetua o vazio da alma
é a voz calada do adeus.

Sobre o silêncio

"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música!"

Aldous Huxley (Music at night, 1932)

sábado, 8 de março de 2008

História sem fim

Toda história tem começo, meio e fim. Mas como tudo na minha vida foi acontecendo meio de cabeça pra baixo, eu acho que posso começar a contar essa história do fim pro começo.Sou uma pessoa simples, meu discurso é descomplicado, tive uma infância tranquila..... uma vida confortável; mas tive que me tornar um pouco dura pra poder aguentar o que a mim foi destinado. Tive tudo e perdi tudo; me reergui, e fui derrubada de novo mas não desisti. Eu caí, desconstruí...mas levantei e recomecei a construir o meu começo. Construir um novo começo não é o mesmo que recomeçar...porque você começa algo diferente, com cabeça diferente, com sentimentos diferentes e se transforma numa nova pessoa e edifica uma nova versão da vida....que começa a ser outra vida, tudo ao contrário, de trás pra frente...do fim pro começo.......................E é assim o início de tudo.Sou uma pessoa realmente simples......gosto de ser meio caipira, até, eu diria. Tenho sotaque do interior e traços bem italianos, pois minha origem navegou meses no porão de um navio para chegar até aqui... o que me traz um grande orgulho... e é lição deixada pela minha avó.E é assim que vejo nascer a minha história... nesse mundo que é o meu lugar...meu jeito de viver, meu jeito de pensar......................Minha história do fim pro começo começa com muita raiva. Raiva da boa! Raiva que dá tristeza, de tamanha que é....raiva de ter amado tanto... raiva de ter entregado a vida, raiva de ter tido que parecer tão simplória... sem na verdade nem nunca ter sido.Raiva de ter tido que me fazer de burra. De ter tido que me subjugar e de ver subestimada a minha inteligência perante tanta gente que eu gostava tanto; mas nossos valores escorrem. Nossos valores escorrem por entre as pernas de meninas prostituídas pelas ruas das cidades....E essa raiva que eu sinto é que me deu força pra eu chegar ao meu novo começo.....ao começo dessa minha história, que eu pensei que estivesse seguindo pelo tempo mas que – de repente – percebi estar apenas começando.E ela começa assim:...............– Aqui estou eu, é madrugada e lá fora nem sei se faz frio ou calor......meus cachorros, meus amores dormem.Tenho raiva da foto da moça da Internet. Eu a vejo todos os dias pra não perder a referência. Eu até vou contar a história da moça... mas vai ser depois... primeiro eu tenho que falar da raiva!Uma raiva que assombra, que deprime......que faz mal, que me faz chorar, ter medo......temer o mal que elas podem me fazer. Elas?... a raiva e a moça da foto.Mas eu tenho que suportar essa raiva, que carregá-la comigo pra sempre. A raiva e a moça da foto não me deixam perder a referência........a minha referência......de mundo....de vida.......de bem e de mal....de certo e errado......E foi isso que me fez enxergar o mundo outra vez, de uma nova forma, de uma forma fria como a morte... a morte de um alguém que não deixou o que deixar....que fez ver através do vidro escorrido pelo nada, uma vida que não valeu a pena, sob o ponto de vista da morte de quem deixou a vida passar e a entregou ao vazio de uma existência sem sentido.

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Mas a morte não vale a história. O que faz valer a história é a vida, é a raiva......é a moça da foto......a moça da cama de um hotelzinho barato...das flores que ninguém sabe como foram chegar lá......a moça da mentira......da beleza escondida no sentimento escondido......A morte que não vale a história....a moça que não vale a pena...não valeu nada....como a vida do morto também não valeu.......mas é pra essa moça que eu dedico o fim dessa história e pra outras... que ocuparam esse mesmo lugar... Porque de um lugar que eu pensava ser meu, eu prefiro ficar com o novo.... de uma história que está pra começar... agora!......................De tudo, o que me sobrou foi a lucidez......lucidez que só os loucos conseguem experimentar.....lucidez de ter os pés cravados no chão.....que consome todos os seus sonhos e te faz ver apenas um mundo sem muita cor......mas um mundo cheio de verdades....onde só há borboletas voando no céu......onde só há luar em noite de lua.......onde a fúria do mar só bate onde há calmaria.....onde o sol só se põe no horizonte....onde só se pode ser feliz quando existe lealdade.Uhhhmmmmm.............traição me leva a pensar na raiva que eu sinto...na moça da foto, na cama da lama, na pulga da orelha de um livro.....que comprei pra tentar salvar mas que fez ruir ainda mais a minha história.Que nada!!!!!!........eu achei que fosse escrever toda uma história , que tivesse um bom começo e um fim meio sem fim.....mas acabei esbarrando no mal do tempo, e o começo ficou distante pra eu poder contar agora.Já vai amanhecendo e se eu não for dormir.....não vai ter história para amanhã.Se você não entendeu nada, depois eu explico!

































 

 

 

escrito numa das noites anteriores à daí de baixo em 2006


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O conteúdo faltou neste dia

Como gostaria que, sentada aqui na frente desse computador, meus sentimentos fluíssem a ponto de as palavras escorrem por entre os dedos, até chegarem à sua compreensão. O que seria do autor se não fosse a compreensão de quem pacientemente o lê... Porque pacientemente não se cria nada. Pacientemente as palavras vão se confinando no cérebro e pacientemente o autor vai enlouquecendo. Seu cérebro petrificado explode!Ai... se não fosse essa maldita ansiedade! Ansiedade, de forma antagônica à paciência, faz derramar palavras do cérebro insano pelos dedos de quem devora teclas como se fossem balas de goma. E aí não dá mais pra segurar.....Bom será ter quem goste.......Mas a gente nunca sabe o que vai escrever. Dá vontade de pôr a boca no mundo...reclamar de tudo; de todas as coisas; das pessoas que não te trataram bem, das que te trataram mal. Do imposto, da impunidade, do assalto. Do salto, dos preços, da vida. Dá vontade de falar mal de tudo e de todas as pessoas que a gente não gosta ....Mas às vezes dá vontade de falar de amor. Das histórias que a gente viveu....das que não viveu.....Ai, como é difícil começar. Porque tem gente que gosta de arroz por cima e tem gente que gosta do feijão por cima...e é difícil fazer com que as palavras agradem...e se a gente não agradar...não tem história. Ninguém pra ler e você “um bosta” que não sabe fazer nada, que não acerta nunca. Aí você fica com raiva e a raiva sempre te impulsiona; e é bom fazer coisas quando está com raiva, é bom escrever quando está com raiva.A raiva ajuda muito nessas horas porque é sempre na hora de dormir que você pensa na raiva e se rói todo, e fica rolando na cama com aquela raiva....insônia.......raiva...ai que ódio que dá e a gente não dorme...não consegue dormir...e aquela raiva fica ali, te mordiscando até amanhecer.Até que você levanta e liga esta “porra” deste computador e começa a procurar promoções, abre o Google...tenta o MSN - mas é lógico que não tem ninguém lá...tá todo mundo dormindo, ou transando, ou dançando em alguma balada por aí. E você tenta beber uma agüinha......um leitinho......um sanduichinho.....Google........Orkut.....vida alheia....Ai que tédio, não consigo saber o que escrever nesta droga de negócio que nem é papel. Eu não tenho paciência pra ficar espiando a vida dos outros, já fiquei doente por causa do orkut. O povo de lá é muito inconseqüente, vão se metendo na sua vida.......eu não tô no orkut. Não gosto.Pra ser sincera nem de computador eu gostava até há pouco tempo. Nem de Internet, nem nada. Mas agora vou me adaptando, meus amigos queridos estão longe, a gente se comunica sempre, se fala sempre, se beija, se abraça, tudo pela Internet....eu adoro meus amigos e eles estão longe.Sabe, eu não gostava também era de chopp.....também não gostava de beber gelado......mas agora, de repente, eu até bebo chopp gelado....e tomo sorvete....mas na verdade o que eu não gosto mesmo é de segurar o copo gelado......alguém já viu isso?Bem....estou indo dormir..que amanhã amanheça um dia sereno....cheio de perspectivas e que eu possa continuar a escrever meus conflitos, minhas certezas, minhas curiosidades e meus sentimentos primeiro pra mim mesma e depois pra você...que está aí, pacientemente esperando pelas minhas notícias.Amanhã eu prometo que conto........Boa noite!


escrito numa noite vazia de 2006

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Bom dia com alegria

Outro dia eu estava conversando com um amigo e ele me falou de seu estado de espírito, toda manhã quando acorda, levanta da cama e esbarra com a primeira pessoa que pela lógica da hora deve mesmo ser a sua mulher, e ouve o primeiro "bom dia".
Com seu temperamento nada suave, somado às agruras do dia anterior, ele vai logo dizendo: "bom dia porquê?".
Sem pensar no que pode pensar sua mulher numa hora destas, porque posta-se tão automaticamente à inerência de sua repentina surdez, vou logo refletindo sobre a falta de serenidade a que estamos todos envoltos desde as primeiras horas da manhã.
E é falando sobre essa serenidade, que abro agora esse espaço quase litúrgico, para que com toda a minha serenidade eu possa vir a me expressar e dar voz de expressão àqueles que quiserem compartilhar minhas idéias.
A palavra "serenidade" vem do latim "serenus" e quer dizer "ter paz de espírito, estar em harmonia, sem nuvens, límpido, claro".....
Se todos pararmos para pensar no que representa esta clareza, essa transparência para o dia-a-dia de cada um, e em como podemos dar nossa contribuição para viabilizar um estado de confiança, tanto no âmbito social, no convívio famíliar como na política ou nas relações de trabalho...poderíamos até desconsiderar as considerações líqüido-modernas de Bauman.
Pois bem, como é com reflexão que se alcança um estado de conforto cognitivo...é preciso pensar, é preciso acertar.
É preciso estabelecer o movimento, aceitar as mudanças . E para podermos ter certeza de que, em nossas atitudes, conseguimos colocar transparência e serenidade, é que podemos começar a prover a mudança que tanto esperamos, começando por nossa própria vida.
E quanto ao meu amigo... ia me esquecendo de concluir sobre nossa coversa de outro dia... ele ainda ia me dizendo que, se ao levantar da cama, de se lembrar da tranquilidade com que passou o dia anterior, da suavidade em que adormeceu nos braços de sua mulher, sem agruras, sem drogas, sem conflitos...ao se levantar da cama e se encontrar com a primeira pessoa, seja ela sua mulher ou qualquer pessoa em quem esbarrar que lhe disser "bom dia", ele não exitará em responder serenamente:
"Bom dia com alegria!"



escrito em fevereiro de 2008